quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Sobre : Morte do filósofo Jean Baudrillard


PARIS - O filósofo e sociólogo francês Jean Baudrillard, feroz crítico da sociedade de consumo e um dos teóricos da pós-modernidade, morreu esta terça-feira em Paris aos 77 anos de idade. Leia frases dele.

O nome de Baudrillard esteve muito tempo na ponta da língua dos fãs de "Matrix". O ensaio do filósofo sobre como os meios de comunicação de massa produzem a realidade virtual inspirou os diretores da trilogia. Além disso, o personagem hacker Neo (Keanu Reeves), guardava seus programas de paraísos artificiais no fundo falso do livro "Simulacros e simulação, de Baudrillard. Reeves também fazia questão de citar o autor em suas entrevistas. Não à toa, Baudrillard foi chamado de pai de "Matrix".

Exageros à parte, o filósofo dizia ter assistido ao filme dos irmãos Wachowski mas não gostado. "Matrix' faz uma leitura ingênua da relação entre ilusão e realidade. Os diretores se basearam em meu livro mas não o entenderam", disse Baudrillard certa vez.

Sempre que o perguntavam sobre sua visão de "Matrix", Baudrillard gostava de citar filmes melhores sobre o mesmo tema. Dois deles eram "Truman Show", com Jim Carrey, e "Cidade dos sonhos", de David Lynch. "Não deixam o real de um lado e o virtual de outro, como 'Matrix'. Esse é o problema", alfinetava. Em entrevista à revista "Época", quando esteve no Brasil, em 2003, o autor disse não ter "nada a ver com um filme de kung fu".

O personagem Neo, longe da aprovação de Baudrillard, que desaprovava separação entre real e virtual - Divulgação

Baudrillard nasceu em Reims, na França, em Junho de 1929. Estudou alemão na Sorbonne e trabalhou como crítico e tradutor, tendo vertido para o francês obras de Karl Marx e Bertolt Brecht. Sua tese de doutorado, “O sistema dos objetos”, foi publicada em 1968. Assim como seus dois livros seguintes, “A sociedade de consumo” (1970) e “Por uma crítica da política econômica do signo” (1972), a obra era voltada para um estudo semiológico do consumo. Baudrillard afirmava que os objetos não possuem apenas um valor de uso (sua finalidade) e um valor de troca (seu preço), como queria a teoria econômica clássica, mas também um valor de signo, por meio do qual eles atribuem um determinado status aos seus proprietários. Para Baudrillard, esse valor de signo era o impulso determinante das práticas de consumo da sociedade contemporânea, que ele considerava danosas e associava a rituais de destruição de riquezas observados em sociedades primitivas.

Um dos fundadores da revista "Utopie", publicou 50 obras, entre elas "A sociedade de consumo" (1970), "Simulacros e simulação" (1981), "A guerra do Golfo não aconteceu" (1991) e "América" (1997). Após os atentados de 11 de Setembro ele escreveu "Réquiem pelas Twin Towers" (2002), ano em que publicou também "O espírito do terrorismo".

Germanista de formação e tradutor de Bertolt Brecht, Baudrillard rejeitou o pensamento científico tradicional e baseou sua filosofia no conceito de virtualidade do mundo aparente. Foi também um crítico radical dos meios de comunicação.

fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/03/06/294817358.asp

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Usuários

Ola! usuários...
venho através deste contemplar a todos com um belo material expositivo sobre jornalismo e poder, para que assim possamos crescer nesse belo conhecimento

muito obrigado!

Eudes

Adorno e a cultura de massa


Theodor Adorno – cujo centenário de nascimento celebra-se neste 11 de setembro – nascido em Frankfurt, na Alemanha, em 1903, foi daqueles tantos intelectuais, cientistas, artistas, compositores e escritores alemães, que, na década de 1930, por serem de descendência judaica ou por inclinarem-se pelo socialismo, ou ambas as coisas, foram obrigados a emigrar para os Estados Unidos, naquilo que foi, talvez, a maior evasão de cérebros registrada na história contemporânea. Ele pertencia a um grupo de pensadores extremamente sofisticado que fazia parte da famosa Escola de Frankfurt, fundada em 1923, e que fora constrangido a sair do país nos anos seguintes da ascensão do nacional-socialismo ao poder.

É de se imaginar o contentamento dele quando, ainda na Suíça, no outono de 1938, recebeu um inesperado telefonema de Londres do seu particular amigo e parceiro, Max Horkheimer. Era um convite para que ele fosse à América para assumir uma pesquisa a serviço da Universidade de Princeton, a mesma que, em 1933, convidara Albert Einstein para integrar o seu corpo docente.

Tratava-se de um projeto e tanto, pois a Radio Research Projet queria saber tudo sobre os ouvintes norte-americanos. Nova Iorque provocou-lhe uma estranha reação. Chocou-o a convivência dos “palácios colossais...dos grandes cartéis internacionais”, com sombrios edifícios erguidos para os pequenos negócios, formando, no geral, um ar de cidade desolada. Nem mesmo o plano municipal de levar gente a morar nos subúrbios mais afastados, dando as residências um ar de individualidade, o consolou.

A estandartização americana




Para ele, um europeu refinado que passara boa parte da sua vida cultivando a música modernista de Alban Berg e, depois, a de Schönberg e sua atonalidade incidental, a América pareceu-lhe toda igual. Contraditoriamente, o país que mais celebrava e enaltecia a singularidade, a cada um procurar ser algo bem diferente dos demais, não parava de produzir e imprimir tudo idêntico, tudo estandartizado. A imensa rede de atividades que cobria toda a cidade era regida apenas pela ideologia do negócio. Numa sociedade onde as pessoas somente sorriam se ganhavam uma gorjeta, nada escapava das motivações do lucro e do interesse. Aprofundando-se no estudo da mídia norte-americana, entendeu que por detrás daquele aparente caos, onde rádios, filmes, revistas e jornais, atuavam de maneira livre e independente, havia uma espécie de monopólio ideológico cujo objetivo era a domesticação das massas. Quando o cidadão saía do seu serviço e chegava em casa , a mídia não o deixava em paz, bombardeando-o, a ele e à família, com programas de baixo nível, intercalados com anúncios carregados de clichês conformistas, comprometendo-o com a produção e o consumo.

Não se tratava, para ele, de que aqueles sem fim de novelas e shows de auditórios refletissem a vontade das massas, algo autêntico e espontâneo, vindo do meio do povo. Um anseio que os profissionais da mídia apenas procuravam dar corpo, transformando-os diversão e entretenimento. Ao contrário, demonstrava, isso sim, a existência de uma poderosa e influente indústria cultural que, de forma planejada, impingia aos seus consumidores doses cavalares de lugares comuns e banalidades, cujo objetivo era ajudar a reproduzir “o modelo do gigantesco mecanismo econômico” que pressionava sem parar a sociedade como um todo.

Lá, na América, não havia espaço neutro. Não ocorria uma cisão entre a produção e o lazer. Tudo era a mesma coisa, tudo girava em função do grande sistema. Dessa forma, qualquer coisa que causasse reflexão, uma inquietação mais profunda, era imediatamente expelida pela industria cultural como indigesta ou impertinente. Adorno, terminada a Segunda Guerra, voltou para a Europa, para Frankfurt, atarefado em reabria a sua escola de sociologia. Morreu em 1969, arrasado com a humilhação que estudantes ultra-esquerdistas o submeteram, em plena sala de aula, durante a revolta de 1968/9.

Obras principais de Adorno




1933 - Kierkegaard. Konstruktion des Ästhetischen (Kierkegaard, a construção da estética)
1947 - Dialektik der Aufklärung. Philosophische Fragmente (A dialética do esclarecimento. Filosofia em fragmento), com Max Horkheimer)
1949 - Philosophie der neuen Musik (A filosofia da nova música)
1950 - The Authoritarian Personality (A personalidade autoritária) juntamente com E. Frenkel-Brunswik, D. J. Levinson e R. N. Sanford)
1951 - Minima Moralia. (Mínima morália)
1956 - Zur Metakritik der Erkenntnistheorie. (Sobre a metacrítica da teoria do conhecimento)
1967 - Negative Dialektik (Dialética negativa)
1970 - Ästhetische Theorie (Teoria estética)
1971 - Soziologische Schriften (Escritos sociológicos)

fonte:http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2003/09/08/000.htm

O poder do jornalismo

O poder no jornalismo: um estudo Rogério Santos é um reincidente. Depois ter estudado a relação entre os jornalistas e as fontes na sua dissertação de mestrado (publicada pela colecção de Comunicação da Editorial Minerva), voltou ao tema no seu doutoramento, de cuja tese acaba de publicar, na mesma editora, um pequeno caderno intitulado “Jornalistas e fontes de informação”. Trata-se da revisão da literatura sobre o tema, o que confere ao trabalho evidente unidade e manifesta utilidade. Ressalta das pesquisas de Rogério Santos, actualmente a leccionar no curso de Comunicação e Cultura da Universidade Católica, uma trajectória de teorias e de concepções, em que o centro de gravidade da relação jornalistas-fontes ora se encontra do lado dos jornalistas, ora das fontes (e, de entre estas, umas mais poderosas do que outras), ora do lado das organizações jornalísticas, ora dos grandes poderes económicos que determinariam o lugar e a função do jornalismo na sociedade. Embora se trate de orientações teóricas em alguns casos difíceis de se conjugarem entre si, mais do que factores reciprocamente exclusivos entre si, os vários elementos polaridades da relação fontes-jornalistas remetem mais para um mapa de problemáticas e de factores que interagem, em circunstâncias e contextos precisos e concretos. Estamos, assim, perante uma relação que enuncia lutas – umas vezes surdas, outras vezes ruidosas – entre agentes e instituições sociais. E é nessas lutas que se pode analisar o problema do poder no jornalismo.

fonte:http://webjornal.blogspot.com/2003/12/o-poder-no-jornalismo-um-estudo-rogrio.html